Cataratas do Iguaçu desoladas: tempo de seca e pandemia
Uma das novas sete maravilhas do mundo está a sofrer a pior seca desde 2006, e isto é evidenciado pelo escasso caudal de água nas suas cascatas. A falta de turistas deve-se ao encerramento do Parque Iguaçu provocado pela quarentena, o que contribui para um cenário inédito.

Uma situação sem precedentes está a assolar as Cataratas do Iguaçu, um dos pontos turísticos mais importantes da Argentina, e nada menos que uma das novas sete maravilhas do mundo desde 2012: apresenta muito pouca água e não há turistas.
A seca tem afetado a bacia do rio Iguaçu nos últimos meses e agravou-se nas últimas semanas. De acordo com as autoridades do Parque Nacional do Iguaçu, chegou a ser registado um caudal de 289 m3/s quando o normal é 1500 m3/s.
Las cataratas del Iguazú presentan estos días una imagen desoladora. La sequía que afecta a esa zona, unida al cierre de las presas brasileñas, han provocado que el caudal de agua del río Iguazú sea mínimo.https://t.co/umQVm8yeag por @robertmur, corresponsal en Latinoamérica pic.twitter.com/0fkBsIAiTG
— La Vanguardia (@LaVanguardia) April 3, 2020
Segundo Sergio Acosta, presidente do Parque Nacional, é a pior seca desde 2006. "São ciclos que ocorrem a cada 10 ou 15 anos", afirmou.
A famosa Garganta del Diablo e o Salto San Martin, duas das cascatas mais conhecidas do parque, apresentam um mínimo de água, mas a grande maioria das outras 273 quedas de água secaram.
Algumas versões também atribuem a falta de água do rio Iguaçu ao acionamento das seis barragens brasileiras que funcionam a montante, embora Acosta tenha relativizado esta hipótese.
A falta de turistas devido à pandemia do coronavírus
Esta não será a primeira nem a última seca que este emblemático lugar da Argentina irá ter. Mas apresenta a particularidade de ocorrer com o Parque Nacional totalmente encerrado ao público devido à quarentena que vigora devido ao coronavírus.
O Parque Nacional fechou a 16 de março bem como outros 10 parques nacionais, e a sua reabertura depende das medidas a tomar nas próximas semanas por parte das autoridades nacionais.
Animais como os quatis e os macacos que costumavam vir para áreas públicas à espera de alimentos, mantém-se agora na floresta em busca de frutos, vermes, insetos e outros recursos alimentares fornecidos pela natureza.
Segundo indica o portal El Territorio, a Administração dos Parques Nacionais continua a trabalhar diariamente na conservação e proteção dos valores naturais que o Parque alberga junto às Cataratas do Iguaçu, de modo a garantir aos visitantes o usufruto deste património nacional e mundial, uma vez terminado o período de isolamento.