Campo Maior (Alentejo) recebe o 8º Congresso Nacional do Azeite durante a Feira Nacional de Olivicultura
A produção de azeite em Portugal em 2024-2025 deverá “alcançar o segundo melhor resultado de sempre”, revela o CEPAAL - Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo. Em 2024, a ASAE instaurou 84 processos-crime ligados ao setor.

O Alentejo tem um papel de destaque na posição de Portugal como sexto maior produtor de azeite do mundo e terceiro maior exportador europeu. Esta região é responsável por cerca de 90% da produção nacional de azeite.
Os dois eventos vão ser organizados em conjunto pela Câmara Municipal de Campo Maior e pelo CEPAAL - Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo.
A Feira Nacional de Olivicultura terá lugar no Jardim Municipal de Campo Maior, de 22 a 25 de maio, e o 8º Congresso Nacional do Azeite realiza-se no Centro Cultural de Campo Maior, nos dias 22 e 23 desse mês.
Campanha de 2024-2025 com boas perspetivas
A melhor campanha de produção de azeite em Portugal até aos dias de hoje foi registada em 2021. Atingiu os 2,29 milhões de hectolitros, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

As "condições meteorológicas favoráveis" ao longo do ciclo da campanha oleícola de 2021, principalmente durante a floração e vingamento dos frutos, conjugadas com o "aumento da importância dos olivais intensivos de regadio" e com o facto ter sido um ano de safra, contribuíram para "a maior produção nacional de sempre, a rondar os 2,29 milhões de hectolitros de azeite" (+48,6% que em 2019, o segundo melhor registo desde 1915), referiu o INE.
O azeite é a produção agrícola com maior peso na economia do concelho alentejano de Campo Maior, região onde o olivoturismo tem, também, cada vez mais relevância a par da vinha e do enoturismo.
A Feira Nacional de Olivicultura e o Congresso Nacional do Azeite prometem, assim, levar a Campo Maior, no distrito de Portalegre, olivicultores, industriais, comerciantes e consumidores de azeite para “um momento único de partilha de conhecimento” naquela que consideram ser “a maior celebração anual do setor nacional olivícola e oleícola”.
Em todo o Alentejo o azeite tem um peso significativo na agricultura, na economia e no turismo. Perto de 90% da produção nacional de azeite concentra-se nesta região, onde estão plantados mais de 209 mil hectares de olival e instalados mais de 116 lagares. Lá é produzido mais de 95% de Azeite Virgem e Virgem Extra.
ASAE instaurou 84 processos-crime em 2024
Fruto desse protagonismo no setor, o Alentejo é, também, a região do país onde mais têm sido detetadas fraudes por parte das entidades de fiscalização, entre elas a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Só numa operação realizada em abril de 2024, a ASAE apreendeu 2.510 litros de óleo alimentar que estava a ser comercializado como azeite, nos distritos de Portalegre e Beja e no concelho de Silves (Faro), num valor de 28.900 euros.
Em agosto do ano passado, no concelho nortenho de Santa Maria da Feira, a ASAE realizou uma operação de inspeção direcionada a um estabelecimento ilegal de manipulação e armazenagem de óleo.
Na sequência dessa intervenção, foi determinada a suspensão de atividade do estabelecimento, instaurado um processo-crime por suspeita de fraude sobre mercadorias e apreendidos 1.600 litros de azeite e óleos vegetais, 7.440 rótulos, uma arma branca, embalagens e um carimbo datador.
Em novembro do ano passado, a mesma Autoridade desmantelou uma fraude com óleo alimentar e apreendeu material de 82.500 euros nos distritos de Aveiro e Bragança.
Após essa ação de fiscalização, foram apreendidos "82.819 rótulos com a menção de azeite e 16.500 litros de óleo alimentar, grande parte já rotulado como azeite", revelou a ASAE em comunicado.
No conjunto da atividade de fiscalização durante o ano de 2024, a ASAE instaurou “84 processos-crime, 51 processos de contraordenação” e apreendeu “mais de 149 mil litros de azeite e óleo alimentar (incluindo óleo de bagaço de azeitona, óleos comestíveis e óleos de fritura)”. Tudo com um “valor global estimado superior a 404.400,00 euros”.