Camada de ozono está em notável recuperação: buraco pode fechar em 40 anos!

Recentemente um painel de peritos divulgou que a camada de ozono está no bom caminho para recuperar globalmente dentro de quatro décadas. Saiba mais aqui!

Ozono
A camada de ozono ou ozonosfera é uma camada gasosa natural na estratosfera que envolve a Terra.

A camada de ozono protege a Terra da radiação ultravioleta (UV) do Sol, atuando como um mecanismo de filtragem de tal radiação.

Recuperação do ozono ao longo dos anos

Foi apresentado recentemente, na 103ª reunião anual da Sociedade Meteorológica Americana, a conclusão de um painel de peritos apoiado pela ONU, que aponta para o facto da camada de ozono estar a recuperar graças a uma proibição mundial do uso de produtos químicos que empobreceram a camada de ozono na atmosfera.

Segundo o referido painel de especialistas, se as políticas atuais forem mantidas, prevê-se que a camada de ozono regresse aos níveis de 1980, por volta de 2066, na Antártida, mais rapidamente, em 2045, no Ártico e em 2040 no resto do mundo.

As variações na dimensão do buraco de ozono da Antártida, particularmente entre 2019 e 2021, foram impulsionadas em grande parte pelas condições meteorológicas. No entanto, o buraco de ozono da Antártida tem vindo a melhorar lentamente em área e profundidade desde o ano 2000.

Protocolo de Montreal

O Protocolo de Montreal é um acordo global para proteger a camada de ozono da Terra através da eliminação gradual das substâncias químicas que a empobrecem. O acordo de referência entrou em vigor em 1989 e é um dos acordos ambientais globais mais bem-sucedido a nível mundial.

Graças ao esforço de colaboração de nações de todo o mundo, a camada de ozono está a caminho da recuperação e muitos benefícios ambientais e económicos foram alcançados.

Aerossóis
Existem emissões de substâncias químicas para a atmosfera que causam a deterioração da camada de ozono.

O painel de avaliação científica apoiado pela ONU para o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozono, elabora um relatório de avaliação, publicado de quatro em quatro anos.

O último relatório confirma a eliminação progressiva de quase 99% das substâncias que empobrecem a camada de ozono, tendo-se conseguido salvaguardar a camada de ozono, levando a uma notável recuperação da mesma na estratosfera superior e diminuindo a exposição humana aos raios ultravioleta (UV) prejudiciais do sol.

O Protocolo de Montreal tem tido também impacto na mitigação das alterações climáticas.

Continuar-se-á no bom caminho se se prosseguir com a eliminação progressiva global das substâncias químicas que causam a deterioração da camada de ozono. Em particular, os clorofluorocarbonetos (CFC), que são utilizados em aerossóis, tanto industriais como domésticos.

O 10º aditamento do Painel de Avaliação Científica reafirma o impacto positivo que o Tratado já teve para o clima. Um acordo adicional de 2016, conhecido como a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal, exige uma redução gradual da produção e consumo de alguns hidrofluorocarbonetos (HFC).

Os HFC não empobrecem diretamente a camada de ozono, mas são gases potentes das alterações climáticas. O Painel de Avaliação Científica afirmou que esta emenda é estimada para evitar 0,3-0,5 °C de aquecimento até 2100.

As avaliações e revisões levadas a cabo pelo Painel de Avaliação Científica continuam a ser uma componente vital do trabalho do Protocolo que ajuda a informar os decisores políticos.