"Calor" no Ártico: região bate recordes de temperatura em março
Surge esta semana mais uma prova de que as alterações climáticas são um assunto cada vez mais relevante e que deve ser tido em conta nos órgãos de poder, nas escolas e nas casas de todos os portugueses. Fique a saber mais sobre este acontecimento, connosco!
Nos últimos dias, têm-se verificado algumas anomalias frias, sobre algumas massas terrestres, ou seja, as temperaturas registadas estão abaixo da normal climatológica entre 1981 e 2010. Contudo, a situação no Ártico pode considerar-se preocupante: em certas áreas, de latitude próxima dos 90° N, a anomalia registada na temperatura supera os 20 °C, ou seja, registam-se no local temperaturas muito superiores à normal climatológica dos anos anteriormente referidos.
Esta anomalia verifica-se, de grosso modo, desde o início do ano já que as temperaturas máximas registadas nos primeiros 3 meses são muito superiores ao valor médio entre 1958 e 2022. Para as áreas entre os 80° N e os 90° N, a temperatura máxima no período indicado rondava os -30 °C. Já desde o início do corrente ano, as temperaturas variaram entre os -25 °C e os -20 °C, sendo que durante o mês de fevereiro atingiram mesmo um valor muito próximo dos -15 °C.
Numa área um pouco mais a Sul (76° N), na estação meteorológica de Hopen (onde se encontra em permanência uma equipa de cientistas que monitoriza os dados e os equipamentos), localizada a Sudeste do Arquipélago de Svalbard (território ártico administrado pela Noruega), foi registada esta semana uma temperatura máxima de 3,9 °C, a temperatura mais elevada alguma vez registada para o mês de março. De salientar que a estação de Hopen recolhe dados meteorológicos desde 1944.
Anomalia no Ártico e no Mundo
Para toda a região ártica, a anomalia na temperatura média cifra-se, esta semana, nos 3,6 °C positivos, em relação à normal climatológica entre 1979 e 2000, segundo dados do portal Climate Reanalyzer, desenvolvido pelo Climate Change Institute da Universidade do Maine, nos Estados Unidos.
Para o passado 15 de março (ontem), os valores médios de todas as regiões do planeta apresentavam igualmente variações positivas. Por exemplo, a nível global a variação era de +0,4 °C, no Hemisfério Norte era de +0,7 °C, no Hemisfério Sul e nos Trópicos era de +0,1 °C, sendo que na Antártida a variação era de +1,3 °C.
Segundo as previsões, a anomalia no Ártico acima dos 3 °C manter-se-á até à próxima sexta-feira, 18 de março. A partir desse dia, o valor vai descer, até se fixar nos +0,8 °C no dia 21.
Curiosamente, para este dia, as previsões em relação às anomalias da temperatura são bem mais próximas da normal climatológica, pois a nível mundial mantém-se o valor de +0,4 °C. Para o Hemisfério Norte poderá atingir os +0,8 °C, na Antártida os +0,7 °C, nos trópicos +0,3 °C e no Hemisfério Sul uma variação nula (0 °C).
Os dados são claros: as regiões que deveríamos proteger continuam a sofrer com a nossa ação. Urge tomar decisões, mas acima de tudo, é urgente ação concreta de forma a que a nossa sobrevivência seja assegurada às gerações vindouras.