Betão: o material de construção que mais contribui para o aquecimento global
No campo da engenharia civil existe um material altamente poluente, que contribui em grande escala para o aquecimento global, o betão. Fique a saber mais sobre ele aqui!
Desde sempre se reconheceu o sucesso ao betão. As suas propriedades mecânicas e o baixo custo de produção são muito favoráveis quando comparado com outros materiais.
É conhecido por todos que o aquecimento global deve-se em grande parte à emissão de CO2 e, na indústria do betão, mais de 85% da emissão de carbono provem dos fornos de produção do clínquer (cimento numa fase básica de fabrico).
O betão é assim responsável por cerca de três vezes mais poluição de dióxido de carbono do que a aviação, tornando-se um dos desafios climáticos mais complexos.
É assim urgente repensar esta indústria da construção e em particular o próprio betão, tornando-o o principal dinamizador de uma construção ecológica e sustentável.
Betão eco-eficiente
Uma fábrica no norte de Itália em parceria com investigadores europeus do projeto Eco-binder, em 2019, desenvolveram um tipo de cimento mais económico, eficiente e com menor impacto ambiental.
De acordo com Arianna Amati, engenheira química da fábrica italiana e coordenadora do projeto, o consumo anual de betão aproxima-se dos 10 mil milhões de metros cúbicos, sendo responsável por cinco por cento das emissões de dióxido de carbono a nível mundial.
Uma das soluções apresentadas pelos investigadores foi a substituição de alguns minérios utilizados no cimento aquando o seu fabrico.
Os investigadores desenvolveram três tipos de cimento utilizados para a construção de três paredes e chegaram à conclusão de que os novos materiais, para além de permitirem uma construção mais rápida, melhoram o isolamento térmico em cerca de 25%.
A utilização de materiais mais sustentáveis
A indústria da construção é reconhecida como uma indústria penalizadora do ambiente. E, se queremos que haja uma alteração no paradigma e seguir a direção para a neutralidade carbónica, um dos focos de atenção e de transformação é a indústria da construção.
Neste sentido, a New Europen Bauhaus (NEB) tem estimulado a criação de várias iniciativas para capacitar a indústria da construção, através do incentivo ao uso dos materiais mais sustentáveis.
Estes materiais não são nada mais nada menos do que os nossos materiais biológicos, a cortiça e a madeira.
De acordo com o arquiteto José Pedro Sousa, numa entrevista ao Jornal de Notícias, em Portugal a madeira é um dos materiais que tem sido objeto de maior estudo ao nível da legislação, da sua produção, da gestão das florestas, da arte e da técnica da construção com este material.
No passado apenas víamos edifícios mais pequenos em madeira, agora começamos a ver arranha-céus, edifícios com vários andares construídos em madeira. Este material tem vindo a tornar-se o centro de ações académicas, de investigação, da indústria e da produção.