Barragens portuguesas com níveis acima da média em abril, mas Algarve ainda em alerta
Reservas hídricas mostram melhoria em todo o país, mas a região sul deverá renovar as medidas de poupança. Algumas barragens no norte de Portugal mostram níveis recorde de armazenamento de água. Saiba mais aqui!
As barragens portuguesas encontram-se, na sua maioria, com níveis de armazenamento acima da média para esta altura do ano, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de 29 de abril de 2024.
Como estão os níveis de armazenamento de água no final de abril?
A 29 de abril de 2024, e comparativamente ao boletim anterior (de 22 de abril de 2024), registou-se um aumento do volume armazenado em 2 bacias hidrográficas e a diminuição em 13. Das albufeiras monitorizadas pela APA, 68% apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 4% têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total, o que revela dados positivos da evolução das bacias hidrográficas.
Os armazenamentos no fim do mês de abril de 2024, por bacia hidrográfica, apresentam-se superiores às médias de armazenamento do mês de abril dos últimos 30 anos, exceção para as bacias do Ave (-7%), Vouga (-4,7%), Mira (-36,7%), Arade (-22,9%), Ribeiras do Barlavento (-55,9%) e Ribeiras do Sotavento (-26,6%).
Na bacia hidrográfica do Cávado, a situação é particularmente positiva, com destaque para a Barragem dos Pisões (Alto Rabagão), que se encontra com 97,8% da sua capacidade ocupada, bem acima da média habitual de 73,1%. Outras barragens da rede também apresentam níveis acima da média, como a Barragem de Paradela (95%), Vilarinho das Furnas (86,6%) e Caniçada (87%).
No Algarve, a situação é mais preocupante, apesar de ter havido um aumento de 6,6 hectómetros cúbicos (hm3) de água em relação a período análogo do ano passado. Nesta altura, as barragens da região estão apenas a 45% da sua capacidade total.
As barragens de Odelouca, Odeleite e Beliche estão com 46%, 51% e 43% da sua capacidade, respetivamente. As do barlavento (oeste), Arade e Bravura, estão em situação ainda mais crítica, com apenas 18% e 22% da capacidade total.
Medidas de poupança e previsão para o próximo mês
Apesar da melhoria geral na situação das barragens, as autoridades alertam que a seca no Algarve ainda se mantém e que é necessário continuar a adotar medidas de controlo do consumo.
Desde 5 de fevereiro de 2024, a região está em situação de alerta devido à seca e o Governo aprovou um conjunto de medidas de restrição ao consumo, que incluem a redução de 15% no setor urbano, incluindo o turismo, e de 25% na agricultura.
A APA anunciou que irá fazer, durante este mês de maio, a avaliação da situação hidrológica e respetivas projeções a médio termo, determinando-se as condicionantes a devir para os próximos meses, onde se deverão notar maiores problemas de escassez de água.
No entanto, salienta-se o facto de necessitar de continuar a assegurar em cada momento o armazenamento do volume necessário para um ano de abastecimento público nas diferentes origens naturais utilizadas, especialmente durante o verão, onde a região do Algarve pode sofrer um aumento do consumo de água.
Embora os primeiros dias de maio se iniciem com alguma precipitação, decorrente de uma depressão carregada de ar polar, certo é que o mês de maio é, por padrão, um mês de transição para o verão, onde se esperam temperaturas mais elevadas e uma redução substancial no volume de precipitação e armazenamento das albufeiras.
Desta forma, há algumas recomendações que deixamos para que a água não falte, sobretudo onde ela mais escasseia nesta altura no país. Entre as quais: poupe água no seu dia-a-dia; denuncie comportamentos abusivos no uso e desperdício de água e mantenha-se informado sobre a situação das barragens e eventuais medidas de poupança.