Balões, OVNIs e mistério: o que está a acontecer na América do Norte?

Uma série de incidentes com OVNIs (não necessariamente de origem extraterrestre), é motivo de preocupação para os governos dos EUA e do Canadá. Tensões com a China.

F22 Raptor
O Lockheed Martin F-22 Raptor. É o caça mais mais manobrável e mais caro do mundo: cada um pode custar até 360 milhões de dólares. Foi o responsável por abater o OVNI sobre o Alasca e o Canadá.

Um avião de combate F-22 Raptor da Força Aérea dos Estados Unidos abateu um objeto voador não identificado sobre o Canadá na tarde de sábado (11), anunciou no Twitter o Primeiro-Ministro canadiano Justin Trudeau.

Isto aconteceu pouco depois do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) ter alertado para um "objeto aerotransportado de alta altitude" que sobrevoava o norte do Canadá.

"Ordenei o abate de um objeto não identificado que violava o espaço aéreo canadiano". O NORAD abateu o objeto sobre o Yukon. Aviões canadianos e norte-americanos foram destacados, e um F-22 norte-americano disparou com sucesso contra o objeto", disse Trudeau num comunicado no Twitter. E continuou: "Falei com o Presidente Biden esta tarde. As forças canadianas irão agora recuperar e analisar os destroços do objeto".

Uma fonte governamental de alto nível com conhecimento direto da situação disse ao CBC News que o governo canadiano foi alertado pela primeira vez para o objeto na sexta-feira à noite, enquanto este ainda viajava pelo Alasca. Segundo esta mesma fonte, o objeto atravessou o Canadá no sábado de manhã e o primeiro-ministro Trudeau ordenou que fosse abatido no país onde chegasse primeiro.

O Major Olivier Gallant, porta-voz da NORAD, disse à The Associated Press que o Pentágono tinha determinado o que era o objeto mas não revelaria pormenores.

Foi o segundo objeto abatido sobre os céus norte-americanos em cerca de dois dias, e o terceiro em menos de uma semana. Na passada sexta-feira, a Casa Branca anunciou que um objeto não identificado que representava uma "ameaça razoável" foi abatido sobre o Alasca. O Pentágono evitou comentar o incidente, dizendo apenas que o objeto tinha aproximadamente o tamanho de um pequeno automóvel, não estava tripulado e que a sua altitude de voo era a utilizada pelos aviões comerciais

A este respeito, o NORAD, no passado sábado, disse que "não tinha mais detalhes neste momento sobre o objeto, incluindo as suas capacidades, finalidade ou origem".

O balão meteorológico chinês, era um balão espião

Um avião de combate dos Estados Unidos abateu, a 4 de fevereiro, um suposto balão meteorológico chinês ao largo da costa da Carolina do Sul, depois de ter passado vários dias a atravessar o país.

A China reconheceu a existência do balão abatido na semana passada, mas afirmou que era puramente "de natureza civil" e que se tinha desviado do seu curso devido a condições meteorológicas inesperadas. Contudo, fontes do Pentágono indicaram que as antenas e câmaras transportadas pelo balão não correspondiam aos sensores normalmente existentes num balão meteorológico.

Resgate balão chinês
Pessoal da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA a recuperar os destroços do balão chinês abatido. Segundo o Pentágono, era um balão espião.

Segundo a administração Biden, o balão chinês fazia parte de um programa de espionagem liderado por militares que abrangia mais de 40 países, incluindo Taiwan, Japão e alguns países da América Latina.

Isto desencadeou uma crise diplomática entre os Estados Unidos e a China.

Mistério do OVNI do Alasca

Na passada sexta-feira, o governo dos Estados Unidos abateu um "objeto voador não identificado a voar a grande altitude" sobre o Alasca, depois de ter sido determinado que representava uma "ameaça razoável ao tráfego aéreo civil", pois voava a 40.000 pés, ou 12.000 m. O OVNI, que NÃO foi caracterizado como um balão, foi abatido por aviões de combate atribuídos ao Comando Norte dos Estados Unidos e o Presidente Biden chamou à operação um "sucesso".

Os aviões de combate F-35 foram enviados para a área onde o primeiro objeto foi detetado na quinta à noite e o segundo na sexta de manhã. Ambos trouxeram de volta informações "limitadas" e contraditórias sobre o objeto.

Piloto F22
Os pilotos de F-22 responsáveis pela interceção do OVNI sobre o Alasca deram relatos contraditórios sobre as características do OVNI. O Pentágono permanece em silêncio.

Como relatado pela CNN, alguns pilotos disseram que o objeto "interferiu com os seus sensores de bordo", mas nem todos os pilotos relataram ter vivido tal situação. Outros afirmaram não ter visto nenhum sistema de propulsão identificável no objeto, não conseguindo assim explicar como permaneceu no ar, navegando a 12 quilómetros de altitude. Estes relatos explicam o sigilo do Pentágono sobre o objeto.

Equipas especiais estão neste momento a tentar recuperar os destroços do objeto que estão sobre o mar congelado nas águas territoriais dos EUA, com grande esforço dado que as condições meteorológicas e ambientais estão adversas.

Um NOTAM foi emitido no sábado à noite

No sábado à noite, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um NOTAM (NOtice To AirMan), classificando o espaço aéreo em torno de Havre, Montana (perto da fronteira canadiana), como "espaço aéreo de defesa nacional. Os pilotos que não cumprirem o seguinte procedimento poderão ser intercetados, detidos e interrogados pelo pessoal das forças de segurança".

NOTAM
Um NOTAM invulgar foi emitido no passado sábado pela FAA. Afirmava que "Os pilotos que não cumprirem os seguintes procedimentos podem ser intercetados, detidos e interrogados pelo pessoal das forças de segurança".

O espaço aéreo sobre Montana foi entretanto reaberto. A NORAD informou que os caças enviados para intercetar os ecos exibidos pelo radar de vigilância do espaço aéreo norte-americano não identificaram quaisquer objetos a correlacionar com a informação do radar. Evidentemente a situação é preocupante para os responsáveis pela segurança do espaço aéreo e segurança nacional, tanto nos EUA como no Canadá.