Em julho houve aumento das áreas de seca em Portugal continental
O mês de julho de 2021, em Portugal continental, classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um mês frio em relação à temperatura do ar e seco em relação à precipitação.
Durante o mês de julho, em Portugal continental, tivemos influência quer de massas de ar vindas do Atlântico quer de massas de ar do Norte de África.
Temperatura
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, em Portugal continental, no mês de julho, o valor médio da temperatura média do ar, 21.54 °C, foi inferior ao valor normal, no período 1971-2000, em -0.63 °C e foi o 5º mais baixo desde 2000. O valor mais baixo deste século, 21.15 °C, ocorreu em 2018. Desde 1931, valores de temperatura do ar inferiores aos agora registados ocorreram em 30% dos anos.
O valor médio da temperatura mínima do ar, 14.59 °C, foi inferior ao valor normal com uma anomalia de -1.03 °C. Foi o 3º valor mais baixo desde 2000 (o mais baixo, 14.38 °C, ocorreu em 2009). Valores da temperatura mínima do ar inferiores aos agora registados ocorreram em 20% dos anos, desde 1931. O valor médio da temperatura máxima do ar, 28.49 °C, também foi inferior ao valor normal com uma anomalia de -0.23 °C.
Os valores médios de temperatura média do ar foram em geral próximos, ou inferiores ao valor normal no período 1971-2000 em grande parte do território, exceto nalguns locais do distrito de Faro (sotavento) onde foram superiores. A temperatura máxima esteve mais de metade do mês com valores inferiores ou próximos do valor médio mensal. Valores acima da média apenas ocorreram nos períodos de 9 a 11 e 14 a 18, atingindo-se mesmo temperaturas superiores a 40 °C em algumas estações.
A temperatura mínima apresentou valores inferiores ou próximos ao valor normal mensal em grande parte do mês, apenas no período 16 a 18 foram superiores à média. O menor valor da temperatura mínima do ar, 5.1°C, registou-se em Penhas Douradas no dia 13, enquanto que o maior valor da temperatura máxima do ar, 42.9°C, ocorreu em Alcácer do Sal no dia 10.
Precipitação
O valor médio da quantidade de precipitação em julho, 3.7 mm, foi inferior ao valor normal 1971-2000, com um desvio de -10.1 mm. Valores de precipitação inferiores aos agora registados ocorreram em 30% dos anos, desde 1931.
Durante o mês verificou-se a ocorrência de precipitação entre os dias 2 e 6 e, no dia 25, no Norte e Centro do território e, em particular, nas regiões do litoral e nas de maior altitude. Na maior parte das estações meteorológicas da região Sul não ocorreu precipitação durante todo o mês.
O maior valor da quantidade de precipitação em 24h, 13.1 mm, registou-se em Montalegre no dia 25 e o maior valor mensal da quantidade de precipitação foi registado na estação meteorológica de Vila Nova de Cerveira, 26.7 mm.
Monitorização da Seca – Índice PDSI
Em relação ao final de junho, verificou-se no final deste mês, uma diminuição dos valores de percentagem de água no solo em todo o território. A região Nordeste, a região de Lisboa e Vale do Tejo, o litoral Alentejano e o Algarve apresentam valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%.
De acordo com o Índice Meteorológico de Seca, PDSI, índice meteorológico de seca calculado pelo IPMA para monitorização da situação de seca, no final de julho mantém-se a situação de seca meteorológica, verificando-se um aumento da área em seca fraca nos distritos de Portalegre, Santarém, Castelo Branco e Bragança.
Grande parte do Baixo Alentejo e o Barlavento Algarvio estão na classe de seca moderada, enquanto que a zona de Alvalade do Sado e o sotavento Algarvio estão na classe de seca severa.
A distribuição percentual por classes do índice PDSI no território é a seguinte: 2.4% chuva fraca, 39.5% normal, 34.2% seca fraca, 19.5% seca moderada e 4.4% em seca severa.