Arqueólogos descobrem a "cidade de pérolas" mais antiga do Golfo Pérsico
Arqueólogos dos Emirados Árabes Unidos anunciaram na passada segunda-feira que encontraram o que acreditam ser a cidade de pérolas mais antiga do Golfo Pérsico na ilha de Siniyah, a leste do emirado de Umm al-Quwain.
A cidade com 12 hectares funcionou entre o final do Século VI e VIII, antecedendo a civilização islâmica, de acordo com o Departamento de Turismo e Arqueologia de Umm al-Quwain (Emirados Árabes Unidos).
As investigações agora anunciadas revelam que a cidade é uma dos maiores áreas urbanizadas já encontradas no que hoje são os Emirados Árabes Unidos, e acredita-se que tenha acolhido milhares de residentes, muitos dos quais dependiam da indústria de pérolas. Neste período, as habitações eram construídas a partir de rochas de praias e materiais locais, e os telhados feitos com os troncos de palmeiras.
O que foi a "cidade de pérolas" de ilha de Siniyah?
Embora outras comunidades de pérolas sejam conhecidas na região, a "cidade de pérolas" da ilha de Siniyah é particularmente única.
Power, em declarações à CNN, acrescentou que a comunidade era densamente povoada, com vários tipos de habitação e grupos socioeconómicos.
A prática de pérolas, estando hoje associada a mergulhadores responsáveis pela recuperação de pérolas de ostras ou mexilhões encontrados em lagos, faz parte do património da região há mais de 7000 anos, revela o Departamento de Turismo de Umm al-Quwain. Aliás, embora se saiba da importância de outros mercados de pérolas, nesta cidade recém-descoberta era a indústria-chave e o motor da economia local.
Note-se que em tempos de pico para o mercado de pérolas, eram envolvidas na indústria um grande número de pessoas. Em Abu Dhabi, este mercado acrescentou, quase dois terços da população masculina, envolvidos na produção de pérolas.
E quais são as principais descobertas para a região e para o mundo?
Os primeiros artefactos encontrados nesta cidade na ilha de Siniyah, em Umm al-Quwain, fazem-nos regressar à história pré-islâmica da região em meados do Século VI. No entanto, esta investigação traz também uma síntese para o conhecimento da história local e internacional. Fazemos aqui o resumo das principais descobertas e implicações.
Por um lado, a descoberta da cidade de pérolas na Ilha de Siniyah provê pistas valiosas sobre a economia e o comércio marítimo da região durante os Século VI a VIII. A presença de grandes quantidades de conchas de ostras sugere que a cidade foi um importante centro de produção de pérolas, que eram exportadas para outras partes do mundo.
A par disso, a descoberta de artefactos importados, como cerâmicas persas e chinesas, indicam que a cidade mantinha relações comerciais internacionais, com mercados bem distantes.
Outra descoberta muito relevante trata-se da presença de um sistema de drenagem sofisticado, composto por canais e poços, que sugere um sistema urbano bem organizado e planeado. Outro indício que resulta destes levantamentos agora revelados é que os habitantes da cidade eram, naquele período, capazes de gerir os seus próprios recursos hídricos de forma eficiente.
A descoberta da cidade de pérolas na Ilha de Siniyah revela a riqueza do património histórico e cultural dos Emirados Árabes Unidos e do Golfo Arábico. A continuidade das escavações na ilha pode ainda revelar outras informações valiosas sobre a vida nesta área geográfica, além de destacar a importância da preservação do património cultural para as gerações futuras.