Alguns países podem desaparecer sob os oceanos, segundo o IPCC
Alguns países das ilhas do Pacífico e do Atlântico estão em risco de desaparecer. Outrora conhecida como uma probabilidade, agora conhecida como uma certeza. O IPCC frisou no seu último relatório.
As causas do "desaparecimento" urbano são muitas e variadas, mas uma das mais preocupantes está relacionada com as alterações climáticas. Os aumentos da temperatura global acima de 1.5°C serão desastrosos para as nações das ilhas do Pacífico.
Países que irão desaparecer debaixo de água
O Oceano Pacífico tem estado no centro das atenções nas últimas décadas. Temos visto de tudo, desde tempestades 'menores' a ciclones tropicais catastróficos. Uma preocupação que é exacerbada pelos avisos do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), que destacam as preocupações com o aumento da temperatura global.
Segundo Satyendra Prasad, embaixador e representante permanente das Fiji nas Nações Unidas, "vamos ver mais salinidade e uma subida do nível do mar, o que significaria que lugares como Kiribati, Vanuatu ou as Ilhas Salomão se tornarão simplesmente inabitáveis", disse ele ao jornal britânico The Guardian.
A atual crise climática irá aumentar a frequência e gravidade dos problemas relacionados com o aumento da salinidade, super ciclones, secas ou a perda, tanto de terras baixas, como de países costeiros, para o aumento do nível do mar (há estimativas de aumentos de até 2 metros até ao final do século). Por exemplo, as Ilhas Salomão são atualmente um dos países menos povoados do Pacífico, tal como Vanuatu e Kiribati (países insulares), onde os seus vizinhos já vivem com medo da subida do nível do mar. Isto pode ter um impacto devastador. "É o nosso futuro e está mesmo ali", lamenta Diann Black-Layne num relatório para a BBC, embaixador de Antígua e Barbuda, outra das zonas - neste caso o Atlântico - também em risco.
Código Vermelho para a Humanidade
O sexto relatório sobre o aquecimento global apresenta cinco cenários baseados em diferentes níveis de emissões de CO2 e de outros gases com efeito de estufa. Centrando-se nos cenários de emissões elevadas e muito elevadas, prevê-se que o aquecimento global atinja 3.6°C e 4.4°C, acima dos níveis pré-industriais, até ao final do século.
Esta notícia alarmante diz-nos que por cada aumento adicional de 0.5°C na temperatura global, a frequência e intensidade das ondas de calor, subida do nível do mar, chuvas torrenciais, secas e eventos climáticos extremos irão aumentar. O chefe da ONU rotulou-a como "código vermelho para a humanidade". Uma injustiça gritante que está a ser sofrida pela região do Pacífico, uma das mais afetadas e que é responsável por apenas 0.23% das emissões globais.
Um alerta para o mundo
De acordo com o Dr. Nikola Casule, chefe de pesquisa e investigações da Greenpeace Austrália, o Pacífico é a região mais afetada. Joseph Sikulu, gestor do grupo de ativistas climáticos do Pacífico, salienta que não estamos a falar de uma questão nova e inesperada, mas a falta de liderança e ambição em relação às alterações climáticas levou-nos na direção que estamos a seguir.
Incêndios florestais nos Estados Unidos, ondas de calor no Canadá, incêndios na Sibéria, Turquia e Grécia e inundações na China são apenas alguns dos eventos catastróficos sobre os quais o Pacífico tem vindo a alertar há anos. À medida que partes do mundo emergem da pandemia, as emissões de carbono estão de novo a aumentar.