Algarve tem mais do que praias e esta joia escondida é a prova
Todos conhecem o Algarve pelas praias douradas e águas azuis, mas esta região tem muito mais para oferecer. Em vários locais, aliás, pode mesmo estender a toalha com vários metros de distância do vizinho (surpreenda-se).
Olá, agosto. Olá, romarias e horas intermináveis no trânsito até ao Algarve. Comida na lancheira, águas bem frescas para aguentarem uma longa viagem de carro, umas batatas, quiçá gomas e, claro, as benditas bolachas que salvam nos momentos de maior aperto. Preparar o deslocamento até ao sul do país é quase tão complexo como organizar as duas semanas de férias que se seguirão — e não podem faltar mantimentos nem jogos para passar o tempo.
Neste mês, muitas são as famílias que descem até à costa, para aproveitar os dias de calor nas melhores praias de Portugal. Mas, sabia que esta região tem muito mais para oferecer além de mar a temperaturas relativamente convidativas?
Sim, sabemos que o Algarve é conhecido pelas praias deslumbrantes e paisagens costeiras, mas há muito mais para descobrir. Um exemplo perfeito — e que terá de estar na sua checklist — é a Cascata do Barbelote.
Localizada no ponto mais alto da pitoresca Serra de Monchique, a Fóia, esta joia escondida é um destino imperdível para os amantes da natureza e da tranquilidade (e para quem não tem medo de fazer umas caminhadas mais difíceis, mas já lá vamos).
Situada numa encosta muito inclinada, e envolvida por um ambiente absolutamente natural, a Cascata do Barbelote oferece uma experiência diferente do habitual Algarve costeiro. A começar no trajeto até lá.
A caminhada até a cascata tem início na vila de Monchique, um lugar encantador conhecido pelas suas águas termais e pelo ar puro. O percurso, diríamos, é uma experiência em si. Porquê? Porque leva os visitantes por trilhas e pequenos riachos — perfeito para aquele contacto íntimo com a natureza que tanto falta nas grandes cidades.
Chegar até lá não é fácil, avisamos. O declive é alto, o terreno rochoso e instável. Mas, no final, tudo valerá a pena. O melhor, será mesmo levar calçado adequado e várias águas e petiscos.
“Ótima pequena caminhada! Tivemos de tentar duas vezes antes de encontrar o caminho certo. Uma pequena indicação: num determinado ponto não deve seguir o caminho, mas virar à direita. Caso contrário, nunca encontrará a cascata”, escreve uma visitante.
“Maravilhoso, mas os últimos 100 metros são de difícil acesso. Não é adequado para visitar com crianças pequenas”, avisa outra.
Ainda assim, ninguém de arrepende de terminar o desafio. “Ao chegar deparamos com uma vista fenomenal para a cascata e uma paisagem selvagem.”
Atravessando a linha da meta, os visitantes são recebidos por um espetáculo natural. Embora não seja a maior cascata da região, a sua beleza reside na tranquilidade e na integração harmoniosa com o ambiente ao redor. Não nos surpreende saber, portanto, que, segundo a informação turística oficial, “é, talvez, um dos maiores tesouros da serra de Monchique”.
Imagine o cenário no qual a água cristalina desce suavemente pelas rochas. Longe das praias movimentadas e das cidades turísticas, só ouvirá o barulho da água a cair e dos animais à volta. Durante a primavera, a área ao redor da cascata floresce com uma variedade de plantas e flores, tornando a visita ainda mais encantadora.
Não quer ficar por aqui? Aventure-se pela Rota das Cascatas
Se visitar apenas uma cascata não lhe é suficiente, e se procura ainda mais aventura e desafio, temos a sugestão perfeita para a continuação do passeio. O nome Rota das Cascatas já dá algumas pistas.
Aproveite o dia para descobrir um trilho circular com uma distância de 20 quilómetros. Ao longo do percurso deparar-se-á com algumas cascatas incríveis — a Cascata do Penedo do Buraco, a do Chilrão e a de Barbelote, claro. Mas deixamos já o aviso: o trajeto não é fácil.
Se preferir pode sempre dividir o itinerário em dois, começando sempre na Fóia. No dia em que passar pelo Barbelote, pode partir à descoberta também da cascata do Chilrão. No seguinte, pode seguir em direção à Cascata do Penedo do Buraco. A distância é semelhante entre os dois trilhos, bem como os desníveis.
Aproveite o resto do tempo para conhecer a Serra de Monchique
E, claro, que também não pode terminar as férias sem conhecer a Serra de Monchique. Esta faz a divisão natural entre o Algarve e o Alentejo, e é a maior serra do sul de Portugal. Em dias limpos e com boa visibilidade poderá mesmo ver uma paisagem extraordinária que se estende da ponta de Sagres à Serra da Arrábida.
Além de caminhadas e piqueniques, por aqui poderá fazer escalada e observação de vida selvagem. Não se esqueça de levar sempre água, protetor solar e calçado adequado para trilhas, garantindo uma experiência segura e agradável.
No centro da vila, sugerimos-lhe que descubra a vista magnífica do miradouro do parque são Sebastião e que visite a igreja Matriz de Monchique, datada do início do século XVI. O Convento de Nossa Senhora do Desterro é também um ponto a descobrir, mas nada como aproveitar para percorrer as ruas estreitas da vila e contemplar o vasto casario branco com as típicas chaminés de saia.
"Vale ainda a pena subir a Serra até à Picota ou até ao ponto mais alto do Algarve, a Fóia, de onde se avista uma grande extensão de paisagem desde o Cabo de são Vicente até à Serra da Arrábida", lê-se no site da Câmara Municipal de Monchique.
Merecedor de visita é ainda o Moinho do Poucochinho, no Barranco dos Pisões, onde se pode fazer um agradável piquenique nas mesas de pedra e à sombra de uma das muitas árvores classificadas existentes na serra de Monchique — um Plátano.
Obviamente, não poderá terminar os dias de descanso sem provar a gastronomia tradicional. O mel, os doces e o medronho são a nossa sugestão.