Águas-vivas perigosas surgem nas ilhas britânicas

Esta espécie aquática está a surgir em latitudes mais a Norte, podendo pôr em causa a segurança dos banhistas que utilizam, com cada vez mais frequência, as praias do Reino Unido. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Caravela Portuguesa
Imagem de uma caravela portuguesa, uma espécie de água-viva que é presença habitual nas praias portuguesas ao longo do ano.

Um conjunto de águas-vivas, que habitualmente se encontram nos mares e oceanos das regiões intertropicais, estão a surgir nas praias das ilhas britânicas, nomeadamente no Sudoeste de Inglaterra e no País de Gales. As autoridades já avisaram os banhistas dos potenciais perigos, numa altura em que os avistamentos são cada vez mais frequentes.


O ideal é que os banhistas redobrem a atenção de forma a evitarem o contacto direto com estas espécies.

Nos últimos dias têm sido avistadas duas subespécies distintas de águas-vivas nas praias britânicas: as “caravelas portuguesas” e as “compass (bússola). Ambas são extremamente perigosas quando entram em contacto direto com o ser humano, mesmo depois de várias horas mortas, mesmo quando fora de água. A “compass” é uma subespécie de água-viva mais agressiva que a “caravela portuguesa”: pode comer outras águas vivas e tem uma picada mais potente que a maioria das outras subespécies.

As águas-vivas são seres que flutuam nas águas dos mares, dependem do vento para se deslocarem, e têm tentáculos que podem atingir os 50 metros de comprimento (em média chegam aos 30 metros), que servem para capturar peixes, a base da sua alimentação.

Quando os banhistas contactam com estes tentáculos, podem experimentar uma série de reações que vão desde uma irritação na pele a queimaduras de 3.º grau, sendo que em casos mais extremos podem mesmo significar a morte.

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Cada vez mais fora do seu habitat - porquê?

As águas vivas encontram-se, geralmente, em águas cuja temperatura supera os dois dígitos. Por exemplo, nos mares de Gales, entre maio e outubro, quando a temperatura da água pode chegar aos 15 ºC, esta espécie costuma ter breves aparições.

Com a constante mudança dos padrões climáticos, as aparições destes animais, aparentemente inofensivos, numa latitude tão a Norte, tem sido cada vez mais frequente. Isto acontece porque segundo os estudos mais recentes, a população de águas-vivas, no geral, tem aumentado substancialmente nos últimos anos.

Por um lado, as temperaturas do ar mais elevadas ajudam a que o plâncton floresça, fornecendo maior quantidade de alimento às águas-vivas. Por outro lado, a pesca em excesso de determinadas espécies de peixes faz com haja menos concorrência por alimento, ou seja, também ajuda a que espécie floresça.

As águas-vivas possuem, nos seus tentáculos, pequenos ferrões que libertam uma certa quantidade de veneno, que é, na maior parte das vezes, barrado pela epiderme. De qualquer modo, em caso de picada aconselha-se a lavagem com vinagre, por ser um ácido suave que pode minimizar a libertação de veneno. O ideal é que os banhistas redobrem a atenção de forma a evitarem o contacto direto com estas espécies.