Adaptação e resiliência à Mudança Climática
O nosso planeta está a ficar mais quente, com impacto crescente nas nossas vidas. Precisamos de nos adaptar a um clima novo e mais extremo.
Por todo o globo são desenvolvidos projetos e reuniões internacionais para implementação de medidas para promover a adaptação à mudança do clima, com a participação e a colaboração dos agentes económicos e sociais e com os próprios beneficiários.
Cimeira de Adaptação Climática
Decorreu no final de janeiro, online, uma Cimeira de Adaptação Climática, organizada pelos Países Baixos, que reuniu líderes globais e intervenientes locais. Este evento lançou uma Agenda de Ação de Adaptação abrangente e ouviu falar de novas promessas financeiras a iniciativas para tornar o mundo mais resiliente aos efeitos das alterações climáticas.
Na sessão de abertura, o Secretário -Geral das Nações Unidas, António Guterres, referiu que segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM, nos últimos 50 anos ocorreram mais de 11.000 catástrofes devido ao tempo, clima e riscos relacionados com a água, a um custo de cerca de 3,6 triliões de dólares.
Ainda de acordo com o Secretário-Geral das Nações Unidas, os riscos climáticos e meteorológicos extremos mataram mais de 410.000 pessoas na última década, a grande maioria em países de rendimento baixo e médio-baixo. Tem sido por esta razão que tem apelado a um avanço na adaptação e resiliência.
António Guterres declarou ainda que, "uma pessoa em cada três ainda não está adequadamente coberta por sistemas de alerta precoce, e as abordagens precoces informadas do risco não estão à escala necessária, há necessidade de trabalhar em conjunto para assegurar uma cobertura global completa por sistemas de alerta precoce para ajudar a minimizar estas perdas".
Embora o número global de mortes tenha diminuído, as comunidades mais pobres continuam desproporcionadamente expostos e continuam a ser as populações mais vulneráveis. Foram apresentadas algumas iniciativas com sucesso em várias partes do mundo, que estão a melhorar a resiliência climática das populações vulneráveis.
Como as alterações climáticas conduzem a um aumento da frequência e intensidade das condições meteorológicas extremas, uma das conclusões importante desta Cimeira foi a necessidade dos países desenvolverem cada vez mais sistemas de avisos antecipados e eficazes, bem como ações precoces perante a emissão de um aviso.
Sistemas de aviso precoce baseado no impacto
Os sistemas de aviso precoce são sistemas em que os avisos para fenómenos extremos são emitidos antecipadamente de forma a ser possível tomar medidas de prevenção. Os sistemas de alerta precoce são uma forma eficaz de adaptação às alterações climáticas e de resistência ao clima extremo. Estima-se que os investimentos nestes serviços podem salvar vidas e bens de valor pelo menos dez vezes superior ao seu custo.
Apenas 40% dos membros da Organização Meteorológica Mundial, relatam ter um sistema de alerta precoce em vigor. Além disso, o relatório da OMM, "State of Climate Services 2020", mostrou que existe uma incapacidade global para traduzir os avisos precoces em ações precoces.
Está provado que uma das formas mais eficazes de adaptação às alterações climáticas e de reduzir o número de vítimas e as perdas económicas decorrentes de eventos extremos é o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce e a ação informada do risco.
Deste modo existem cada vez mais países a implementar sistemas de previsões e avisos baseados no impacto para ajudar a preencher a lacuna entre o aviso precoce e a ação precoce, alertando não só para o fenómeno extremo que se prevê, mas também para os impactos que esse fenómeno vai ter no terreno. A acrescentar a isto é importante que perante os impactos previstos, haja conhecimento das medidas/ações a tomar de forma a mitigar o efeito dos fenómenos extremos.