Acha que junho foi mais quente do que o normal? Pode estar enganado
O mês de junho de 2021, em Portugal continental, classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um mês normal em relação à temperatura do ar e em relação à precipitação. Contamos-lhe mais aqui!
Durante o mês de junho é de realçar um período de instabilidade atmosférica, entre os dias 11 e 20, favorável ao desenvolvimento de células convectivas com ocorrência de queda de granizo, trovoada e rajadas de vento fortes, que afetaram em especial as regiões Norte e Centro.
Temperatura
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, em Portugal continental, no mês de junho, o valor médio da temperatura média do ar, 19.43 °C, foi igual ao valor normal no período 1971-2000 e foi o 5º valor mais baixo desde 2000. O valor mais baixo, 18.19 °C registou-se em 2019.
Nos últimos 4 anos, os valores médios mensais da temperatura média do ar em junho foram próximos ou inferiores ao valor médio.
Os valores médios de temperatura média do ar foram superiores ao valor normal 1971-2000 em grande parte da região Norte e no interior Centro. No restante território os valores médios mensais foram em geral próximos do valor normal. O valor médio de temperatura máxima do ar, 25.91 °C, foi superior ao valor normal com uma anomalia de +0.55 °C.
O valor médio de temperatura mínima do ar, 12.94 °C, foi o 4 º mais baixo desde 2000 (o mais baixo registou-se em 2019: 11.66 °C), com uma anomalia de -0.55 °C. O maior valor da temperatura máxima do ar foi 39.4°C e registou-se na estação meteorológica de Santarém no dia 25, enquanto que o menor valor da temperatura mínima do ar foi 2.6°C, registado na estação de Carrazeda de Ansiães no dia 4.
Precipitação
O valor médio da quantidade de precipitação em junho, 30.8 mm, foi muito próximo do valor normal 1971-2000, com uma anomalia de -1.4 mm. De referir que nos últimos 30 anos apenas em 6, o valor de precipitação total em junho foi superior à normal.
Durante o mês verificou-se a ocorrência de precipitação entre os dias 11 e 20, em especial nas regiões do Norte e Centro, com ocorrência de granizo, trovoada e rajadas de vento fortes. Em termos de distribuição espacial, os valores de precipitação foram inferiores ao normal no litoral Norte e em alguns locais do litoral Centro e Sul. Nas regiões de altitude do Norte e Centro, na região de Elvas e no litoral Sul verificaram-se valores superiores à média mensal.
Os valores de percentagem de precipitação em junho, em relação ao valor médio, variaram entre 11% em Faro e 234% em Chaves. O maior valor mensal da quantidade de precipitação em junho foi registado na estação meteorológica de Lamas de Mouro, 118.6 mm e o menor valor na estação meteorológica de Tavira, 0.1 mm.
Monitorização da Seca – Índice PDSI
Em relação ao final de maio, verificou-se no final deste mês, uma diminuição dos valores de percentagem de água no solo em todo o território e, em particular, na região Nordeste do território e nos distritos de Setúbal, Beja e Faro, onde se verificam, em muitos locais, valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%.
De acordo com o Índice Meteorológico de Seca, PDSI, índice meteorológico de seca calculado pelo IPMA para monitorização da situação de seca, no final de junho mantém-se a situação de seca na região Sul, estendendo-se agora até aos distritos de Lisboa e Santarém. O Baixo Alentejo e o Barlavento Algarvio estão na classe de seca moderada, enquanto que no sotavento Algarvio verificou-se um aumento da área na classe de seca severa.
A distribuição percentual por classes do índice PDSI no território é a seguinte: 10.5% chuva fraca, 45.3% normal, 27.7% seca fraca, 11.8% seca moderada e 4.7% em seca severa.