Abril de águas mil? Reservas hídricas em Portugal mantêm-se em bom estado no início de maio
Portugal Continental apresenta bons indicadores de armazenamento de água nas barragens nacionais, com um volume total de 81%. Contudo, 9% das albufeiras monitorizadas em todo o país evidenciam menos de 40% de reservas em albufeiras.
Os primeiros dias do mês de maio em Portugal continental apresentaram bons indicadores em relação à quantidade de água armazenada nas barragens nacionais. Contudo, 9% das albufeiras monitorizadas em todo o país evidenciam menos de 40% de reservas em albufeiras, e na última semana houve uma redução de 1,2% do total armazenado a nível nacional.
Verifica-se uma tendência positiva, mantendo-se, tal como no balanço do mês anterior, um volume total armazenado de 81%. Não obstante, não podemos olvidar que abril se tratou de um mês de grande inconstância nos valores de precipitação. Espera-se que o mês de maio apresente condições favoráveis para manter os níveis de armazenamento de água nas albufeiras, não agravando ainda mais a situação crítica que perdura no Alentejo e Algarve.
Bons limiares de armazenamento durante o mês de abril
No relatório do Sistema Nacional de Recursos Hídricos (SNIRH) de 24 de abril de 2023, verificava-se um decréscimo do armazenamento de água em 12 bacias hidrográficas e um aumento em 3. Em 8 das bacias estavam acima da média de abril e 7 bacias abaixo do mês de abril, o que denota a existência de escassos recursos hídricos em áreas específicas do nosso país.
Repare-se que os valores do SNIRH apontam para 61% das disponibilidade hídricas e para 9% inferiores aos 40%. Neste período, 46 albufeiras registaram um volume de armazenamento entre 81 a 100%.
Repare-se que, em termos latos, a bacia do Vouga (93,1%), do Douro (90,3%), do Ave (88,2%), do Tejo (86,1%) e do Cávado (83,6%) posicionavam-se no top 5 das bacias com melhor performance em termos de recursos hídricos disponíveis. De qualquer forma, é de salvaguardar que é apenas no caso do Vouga em que os níveis atuais não superam a média do rank 5.
Por seu turno, as bacias do Barlavento Algarvio (13,5%), de Mira (35,9%) e do Arade (39,6%) figuram entre os três piores registos do mês de abril e bem abaixo daquilo que costuma ser o comportamento neste mês. Aliás, a situação do Barlavento Algarvio mantém-se muito crítica, esperando-se muitas dificuldades no abastecimento de água em algumas áreas geográficas durante os meses de verão que se aproximam a passos largos.
O que esperar no mês de maio?
Em maio, Portugal Continental entra no ponto alto da primavera, com temperaturas mais elevadas, embora ainda haja frescura ao amanhecer e ao anoitecer. Ao contrário de abril, que é geralmente mais chuvoso, maio é um mês mais seco e pode haver apenas algumas chuvas ocasionais. O mês de maio, tal como já foi apresentado em notícias anteriores, pode ser pautado por grande variabilidade climático-meteorológica.
Ao longo do mês é esperada uma anomalia térmica positiva significativa em todo o território, sendo que já nesta primeira semana de maio se espera que a temperatura do ar apresente entre 3 ºC e 6 ºC acima do normal. O mês de maio não será propriamente seco. Ainda assim, espera-se que em certas áreas territoriais, especialmente no Centro e Sul do país, o panorama possa agravar-se com a redução do volume armazenamento de água.