A tempestade Ana e os seus impactos em Portugal
A tempestade Ana afetou Portugal principalmente a partir da tarde do dia 10 até à manhã do dia 11 de Dezembro de 2017, originando vento forte e precipitação intensa que provocaram perdas de vidas e bens.
A primeira tempestade de Outono em Portugal, originou tempo severo, quer a nível de vento (rajada e vento médio), quer no domínio da precipitação (em períodos curtos e em totais diários). Estas primeiras chuvas e ventos fortes foram responsáveis por vários incidentes, que afetaram vidas e bens da população, designadamente nas regiões do norte e centro do país.
A tempestade Ana
É a primeira desde que foi estabelecido o acordo entre Portugal, Espanha e França para designar as depressões extra-tropicais, que se prevê venham a afetar de forma significativa estes países. Procurando com este acordo sinalizar às populações os possíveis impactos e a necessidade de adotar medidas no domínio da prevenção para minimizar os riscos e diminuir os prováveis consequências. Esta tempestade foi a primeira que atingiu Portugal Continental este Outono.
Portugal Continental foi afetado pela tempestade Ana, fundamentalmente durante a tarde e o fim do dia 10 (Domingo) e o início do dia 11 (Segunda-feira).
De acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta depressão extra-tropical sofreu, um cavamento rápido ou seja uma diminuição muito brusca da pressão no seu centro (24hPa em 12 horas), enquanto se deslocava de oeste para leste no Atlântico Norte, passando a Norte da Península Ibérica na direção do golfo da Biscaia.
Desse cavamento rápido, resultou um gradiente de pressão apertado, que em conjunto com uma superfície frontal fria, associada a esta depressão, que atravessou Portugal Continental, provocaram tempo severo em todo o território designadamente em termos de vento e precipitação.
O tempo observado
No âmbito da precipitação os maiores valores observados pelo IPMA registaram-se nas terras altas da região norte e centro. Salientam-se os valores observados numa hora, superiores a 20 mm nas estações meteorológicas de Arouca (22,1mm/h) e Vila Nova de Cerveira (20,6 mm/h) e os valores totais diários superiores a 120 mm/dia em Cabril (145,3mm) e Vila Nova de Cerveira (123,8 mm).
O vento observado nas estações do IPMA atingiu os valores mais elevados de vento médio nas terras altas e no litoral, sendo os valores de rajada mais elevados observados de 144,4 km/h no Cabo Raso e de 129,2 km/h no Mogadouro e de 129 km/h na Guarda.
Os impactos verificados
A precipitação e o vento forte que se registaram provocaram vários incidentes, que afetaram a população em termos de destruição de vidas e bens, tendo a Agência Nacional de Proteção Civil (ANPC) informado, que durante este período se verificaram 3187 ocorrências, fundamentalmente resultado da queda de árvores ou ramos (1997) mas também de quedas de estruturas (642), inundações (370) e deslizamento de terras (34).
Destes incidentes resultaram um morto, cinco feridos e treze desalojados. A morte, de uma mulher de 42 anos, ocorreu quando foi atingida pela queda de uma árvore, quando circulava numa estrada em Marco de Canaveses. Só numa rua de Lisboa foram atingidas cerca de 20 viaturas estacionadas. Os maiores estragos verificados em termos de vento verificaram-se nas regiões de Lisboa, Porto e Aveiro.