À semelhança do mês anterior a Terra teve o julho mais quente em 174 anos

A NOAA divulgou a análise da temperatura global referente ao mês de julho e concluiu que este mês foi o julho mais quente no globo desde que há registos.

Globo quente
Em julho de 2023 a temperatura média global de superfície bateu o recorde para o mês de julho.

Os Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI-National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA calculam mensalmente a anomalia da temperatura global com base em dados preliminares gerados a partir de observações de temperatura de todo o mundo tanto da superfície da terra como da superfície dos oceanos.

Temperatura no Globo no mês de julho

Segundo os cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA, julho de 2023 estabeleceu um recorde como o julho mais quente para o globo nos 174 anos de registo da NOAA. A temperatura média da superfície global em julho foi 1,12 °C acima da média do século XX para julho, que é de 15,8 °C.

Esta foi a primeira vez que a temperatura de julho excedeu 1 °C acima da média. O recorde anterior de julho ocorreu em 2021, mas a anomalia foi de 0,23 °C.

Anomalias da Temperatura
Anomalias da temperatura da superfície do globo, no mês de julho no período de 1850 a 2023. Fonte: NOAA Global Climate Report July 2023

Os últimos nove meses de julho foram os mais quentes de que há registo. Julho de 2023 marcou o 47º julho consecutivo e o 533º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século XX.

Temperatura nos continentes e oceanos

Julho de 2023 estabeleceu um recorde para a maior anomalia mensal da temperatura da superfície do mar (+0,99°C) de qualquer mês em 174 anos.

Pelo quarto mês consecutivo, a temperatura global da superfície oceânica atingiu um recorde.

As condições do El Niño que surgiram em junho, continuaram neste mês de julho e prevê-se que permaneçam por mais uns meses.

As temperaturas estiveram acima da média na maior parte da América do Sul, Europa, África e Ásia. Partes do norte, sul e oeste da América do Norte, Austrália e norte e sul da Oceânia também registaram temperaturas mais elevadas do que a média este mês.

Anomalias da temperatura de superfície no globo
Anomalias da temperatura média da superfície do globo em julho de 2023, em relação ao valor médio no período 1991-2020 (áreas a cinzento representam falta de dados). Fonte: NOAAGlobalTemp v5.1.0-20230807

Temperaturas à superfície do mar estiveram acima da média em grande parte do Pacífico norte, central e ocidental, no Atlântico e no Oceano Índico.

Partes do Atlântico central, do sudoeste do Pacífico, do sul do Oceano Índico, bem como partes do nordeste e noroeste do Canadá, do sudoeste dos EUA, do México, da América do Sul, do sudoeste da Europa, de África e do centro e sul da Ásia registaram temperaturas recorde para julho.

As temperaturas altas recorde cobriram um pouco mais de 9,3% da superfície mundial este mês, o que representa a percentagem mais elevada de julho desde o início dos registos.

Precipitação

Precipitação abaixo da média foi observada em partes do oeste dos EUA e sul do Canadá, México, América Central, Brasil, sudoeste da Europa, sudoeste, sul e leste da Ásia e sul da Austrália. Precipitação acima da média estiveram presentes em partes do leste dos EUA, noroeste da Europa, noroeste da Rússia, oeste da Índia, Paquistão e áreas dispersas no leste da Ásia.

Gelo no Ártico e na Antártida e ciclones tropicais

A extensão de gelo no Ártico foi a 12ª menor extensão para julho, enquanto que na Antártida atingiu um recorde de menor extensão para julho.

O ciclone tropical Don foi o primeiro ciclone tropical da época do Atlântico, teve uma duração de 10 dias, incluindo a duração como tempestade subtropical. Don tornou-se a quinta tempestade do Atlântico mais longa para julho.