A probabilidade do asteroide Apophis atingir a Terra pode ser ligeiramente superior ao que se pensava
Num novo estudo, o astrofísico Paul Wiegert analisou a possibilidade de um asteroide mais pequeno atingir o Apophis e alterar a sua trajetória para uma rota de colisão com a Terra.
Em 2004 os astrónomos observaram pela primeira vez um asteroide agora chamado Apophis - o objeto era notável devido à sua posição elevada na escala de risco de impacto de Torino. Depois de observarem o seu tamanho e trajetória, os investigadores classificaram-no como nível 4, tornando-o no asteroide mais bem classificado.
Ainda assim, a classificação era suficientemente baixa para excluir a possibilidade de atingir a Terra. Contudo, os cientistas classificaram-no como “um asteroide a observar” nos próximos anos.
Um novo estudo traz novas possibilidades para o trajeto deste asteroide
Para este novo estudo, Paul Wiegert, astrofísico da Universidade Western, no Canadá, considerou a possibilidade de um objeto mais pequeno atingir o Apophis e alterar ligeiramente a sua rota. Para encontrar a resposta a este possível cenário, Wiegert começou por observar quais os objetos de diferentes dimensões, movendo-se a diferentes velocidades, levariam a diferentes mudanças de rota.
Descobriu que um objeto tão pequeno, como 0,6 metros de diâmetro, poderia ser suficientemente grande para colocar o asteroide em rota de colisão algures depois de 2029. Descobriu também que um objeto com apenas 3,4 metros de diâmetro poderia atingir o Apophis com força suficiente para o empurrar para uma rota de colisão com a Terra em 2029.
Apesar de parecer assustador, dificilmente este cenário se concretizará
Wiegert procurou então uma forma de fazer uma estimativa do número de objetos que poderiam potencialmente atingir Apophis - usou o número de objetos com 3,4 metros de diâmetro que atingem a Terra todos os anos como um guia razoável. Depois usou esse número para calcular as probabilidades de um tal objeto atingir Apophis e descobriu que era aproximadamente 10-8, o que é, obviamente, baixo.
Notando também que tal colisão teria de ser no ângulo certo, Wiegert sugere que as probabilidades de um impacto certo são provavelmente de 1 em 2 biliões. E estima que a probabilidade de uma tal colisão resultar num impacto posterior é de 1 num 1 milhão.
Referência da notícia:
Wiegert P. On the Sensitivity of Apophis's 2029 Earth Approach to Small Asteroid Impacts. The Planetary Science Journal (2024).