A fruta feia também tem sentimentos – dizer não ao desperdício é essencial!

Numa altura em que a população mundial continua a crescer a um ritmo acelerado, o aproveitamento dos alimentos independentemente do seu aspeto pode significar muito, para muitos. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Tomate.
As demais variedades de tomate podem ganhar formas bastante peculiares, sem interferir no sabor e na qualidade geral do produto.

Numa colheita, seja ela de que fruta for, há sempre algumas unidades que não correspondem aos padrões de beleza dos consumidores, independentemente da abundância. A chamada “fruta feia” surge, devido à interferência de vários fatores, sendo uma percentagem significativa das colheitas, mas que não deve ser colocada de parte.

O tomate com este tipo de patologias raramente tem valor comercial, mas pode ser aproveitado de várias formas.

O caso do cultivo e da colheita de tomate não é exceção: há sempre unidades com um aspeto deformado, com protuberâncias ou cicatrizes que fazem lembrar a mítica personagem de cinema “Frankenstein. No caso deste fruto, é o fenómeno do catfacing que é responsável pela maioria dos casos.

A cicatriz estilar é uma doença fisiológica bastante comum na cultura do tomate. Afeta particularmente os primeiros frutos das primeiras colheitas, em campo aberto e sob abrigo, que estão sujeitos a condições desfavoráveis (temperaturas muito baixas) durante a floração e frutificação. Daqui resulta a presença de cicatrizes mais ou menos extensas e, por vezes, a protuberâncias que se iniciam ao nível da cicatriz estilar dos frutos.

O tomate com cara de gato (catfacing) é também apelidado de cicatriz estilar de cortiça em fruta. Isto é, nada mais nada menos, que um distúrbio fisiológico que faz com o tomate desenvolva graves deformações que cobrem grande parte do corpo e que têm o seu início na parte oposta ao caule. Situações de chuva forte ou rega excessiva também podem potenciar este problema.

Maçãs.
As maçãs com defeitos estéticos são desvalorizadas na comercialização, mas são valorizadas para os consumidores que apreciam o seu sabor.

O desperdício não pode ser solução!

A condição do catfacing acontece maioritariamente a frutos de maiores dimensões, assim, umas das formas de isto não acontecer na agricultura familiar é optar pelo cultivo de variedades de frutas de dimensões mais reduzidas. A monitorização da humidade, da temperatura e a forma como tratamos as árvores de fruto também pode ter influência na incidência deste problema estético.

A melhor forma de reduzir as perdas causadas por esses distúrbios (catfacing) é cultivar variedades que sejam resistentes a eles. A irrigação e o controlo nutricional adequados, bem como o controlo da temperatura nas estufas também podem ajudar a reduzir as perdas.

Um tomate com estas características, apesar de ser imperfeito, pode ser comestível com toda a segurança. Caso as feridas estejam abertas, deve ter-se sempre o cuidado de lavar com bastante cuidado, de forma a não ser contaminado com bactérias e outros organismos.

São várias as ações, a nível nacional e internacional que visam a sensibilização da população para diminuir o desperdício alimentar. O tomate com este tipo de patologias raramente tem valor comercial, mas pode ser aproveitado de várias formas. As peças de fruta feias têm o poder de salvar da fome milhões de seres humanos, nas áreas mais desfavorecidas do planeta.