A extinção não é inevitável: algumas espécies já foram salvas
Os esforços de conservação salvaram até 48 espécies de mamíferos e pássaros desde 1993, mas os cientistas dizem que é necessário muito mais para conter a perda da biodiversidade. Descubra tudo aqui connosco!
Em 1969, a agricultura, a caça e uma série de invernos rigorosos fizeram com que uma espécie de cavalo desaparecesse da sua última área de distribuição, na Mongólia. Alguns cavalos sobreviveram em cativeiro, mas, na década de 1960, enfraqueceram quase ao ponto de não retorno.
A espécie foi salva, no entanto, por um programa de criação em cativeiro, em zoológicos, cuidadosamente controlado e de última hora, que o reintroduziram na Mongólia, na década de 1990. Hoje, existem mais de 760 cavalos de Przewalski nesse mesmo local.
Como a história do cavalo exemplifica, as extinções não são inevitáveis. Desde 1993, os esforços de conservação salvaram até 48 espécies de mamíferos e pássaros desse destino sombrio, de acordo com um estudo publicado na Conservation Letters.
Sem estas intervenções, as taxas de extinção de mamíferos e pássaros, nos últimos 27 anos, seriam três a quatro vezes superiores, descobriram os autores. “Há tanta imprensa negativa sobre a perda de biodiversidade, mas o conhecimento de que podemos mudar as coisas, mesmo que seja apenas para um pequeno número de espécies, é bastante positivo.” disse Rike Bolam, líder deste estudo, investigadora de pós-doutoramento em Política de Biodiversidade, na Universidade de Newcastle, em Inglaterra.
Os números
No geral, a vida selvagem está a desaparecer, ao invés de se recuperar. De 1970 a 2016, as populações de cerca 4400 espécies diminuíram, em média, 68%, de acordo com um relatório publicado pelo World Wildlife Fund. Outro estudo publicado em junho demonstrou que as extinções em massa estão a acelerar e que, provavelmente, mais de 500 espécies serão extintas nos próximos 20 anos.
Em 2010, membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica concordaram com uma meta ambiciosa: prevenir a extinção de espécies ameaçadas até 2020. A Dra. Bolam e a sua equipa utilizaram o seu novo estudo para ver o quão bem o mundo tem enfrentado esse desafio.
Os resultados revelaram que, desde 2010, os esforços de conservação salvaram entre 9 a 18 espécies de aves e entre 2 a 7 espécies de mamíferos. Outras 23 extinções foram evitadas, desde que a convenção foi criada, em 1993, até ao momento em que os países estabeleceram esta meta de prevenção da extinção.