A extensão de gelo no Hemisfério Norte está a crescer muito rapidamente

Embora a extensão de neve da última semana do mês passado tenha sido das mais altas dos últimos 56 anos, em novembro, o aumento do gelo do mar vem a seguir à taxa de crescimento médio de 2010. Contamos-lhe mais detalhes aqui!

cobertura de gelo; Hemisfério Norte
A taxa de cobertura de gelo deste inverno, no Hemisfério Norte, está dentro da média da taxa de 2010.

A extensão de gelo do mar Ártico está, de facto, a crescer muito rapidamente nestas semanas, como é de esperar nesta fase da estação. A 1 de dezembro, a extensão de gelo deste mar era de cerca de 10,5 milhões de km², o que está perfeitamente de acordo com a taxa média de crescimento em 2010, segundo o National Snow and Ice Data Center of Boulder, Colorado (EUA).

Também a extensão de neve no Hemisfério Norte é atualmente muito elevada, entre as mais altas dos últimos 56 anos, de acordo com o Laboratório Global de Neve da NOAA/Rutgers. Esta extensão já cobria cerca de 40 milhões de km² no Hemisfério Norte no dia 1 de dezembro.

Há muito gelo e neve a cobrir a superfície do mar e o solo, algo como cerca de 50,5 milhões de km². Esta extensão é cerca de 1/5 ou 20% de toda a superfície do Hemisfério Norte, o que corresponde a 255 milhões de km².

Eventos extremos de queda de neve

Os eventos extremos de queda de neve continuam a ser uma categoria prejudicial de eventos climáticos extremos, particularmente no Hemisfério Norte. A queda de neve extrema é um caso distinto de precipitação, uma vez que o reforço previsto do ciclo hidrológico permite potencialmente mais queda de neve, desde que a temperatura permaneça suficientemente fria para que a neve ocorra.

Estas forças contrastantes levam a uma diferença entre as previsões de uma diminuição significativa da queda média de neve, devido às alterações climáticas, e uma diminuição muito menos notória, ou mesmo um aumento, da queda de neve extrema.

Há provas substanciais de que as alterações climáticas e as mudanças resultantes destas no ciclo hidrológico podem levar a uma diminuição da queda média diária de neve na maioria das áreas do Hemisfério Norte, exceto em latitudes elevadas.

No entanto, num cenário de forte aquecimento global, a previsão de queda de neve extrema aumenta para regiões já com tendência para a neve, também em latitudes médias.

Resultados do estudo

Estes resultados foram recentemente apresentados num artigo científico intitulado Regions of Intensity of extreme snowfall under future warming publicado na revista científica Nature-Scientific Reports.

Os autores afirmaram que, devido ao aquecimento global, a frequência e o carácter da precipitação estão a mudar à medida que o ciclo hidrológico se intensifica.

As alterações climáticas podem ter vários efeitos opostos em vários tipos de clima. No Círculo Polar Ártico podem contribuir para eventos extremos de queda de neve.

No que diz respeito à queda de neve, o aquecimento global tem duas influências opostas: o aumento da humidade permite uma queda de neve intensa, enquanto que temperaturas mais elevadas diminuem a probabilidade de queda de neve.

Os cientistas mostraram que a queda de neve extrema se deve intensificar, pelo menos, até 2050, bem como a magnitude esperada dos eventos extremos excede a intensidade da queda de neve extrema historicamente mais forte alguma vez registada.