“A agricultura evoluiu, só você é que não viu”. Projeto B-RURAL desmistifica a agricultura junto dos meios urbanos

Mais de uma dezena de associações e confederações agrícolas juntaram-se à CONSULAI e montaram um projeto de comunicação, financiado pela UE. Querem “desmistificar e comunicar a evolução da agricultura e da floresta”, sobretudo junto da população dos meios urbanos.

agricultura sustentável
O projeto B-RURAL nasceu com a missão de “promover a evolução da agricultura e floresta em Portugal” e de “combater as tendências de desinformação” sobre os setores do vinho, floresta, produção animal, cereais, olival e as frutas e hortícolas.

Há, entre a sociedade civil, nomeadamente entre os jovens e, em particular, nos meios mais urbanos, uma "tendência crescente para a desinformação acerca do setor agrícola e silvícola" e, em concreto, quanto ao vinho, floresta, produção animal, cereais, olival e as frutas e hortícolas.

Desmistificar e comunicar a evolução da agricultura e da floresta nas últimas décadas é, pois, “uma necessidade”, diz a CONSULAI, que opera com fundos de investimento e dá apoio à instalação de projetos agrícolas e florestais impulsionados por médias e grandes empresas, nacionais e estrangeiras.

A consultora pôs mãos à obra. Juntou mais de uma dezena de associações e confederações do setor agrícola e silvícola e criou o projeto de comunicação B-RURAL, com a missão de “promover a evolução da agricultura e floresta em Portugal”, mas, acima de tudo, “combater a tendência de desinformação” sobre os setores do vinho, floresta, produção animal, cereais, olival e as frutas e hortícolas.

A agricultura e a floresta têm sido “influenciadas pelo crescimento da população, por variações de padrões de consumo, pela alteração de condições naturais e pela escassa disponibilidade de recursos”.

Contudo, e apesar da influência de “fatores externos cada vez mais incertos e difíceis de prever”, a agricultura e a floresta “têm evoluído, assegurando estabilidade ao nível da coesão territorial e do abastecimento de alimentos e matérias-primas”, refere a CONSULAI, através de comunicado.

A indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (22,4 mil milhões de euros) como em valor acrescentado bruto (3,8 mil milhões de euros). Emprega mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos", refere a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), numa nota divulgada na última semana.

As exportações deste setor nos primeiros cinco meses de 2024 subiram 10,64% face a igual período de 2023, o que traduz vendas no valor de 3 345 milhões de euros, revelam os últimos dados do INE citados pela FIPA.

Por sua vez, o setor florestal e, particularmente, a atividade das fileiras do pinho, sobro e eucalipto gera um volume de negócios de 13,5 mil milhões de euros (2022), ou seja, 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). As exportações florestais atingiram um recorde de 7.100 milhões de euros, no mesmo ano.

Valorizar a agricultura e a floresta

O projeto B-RURAL, que é cofinanciado pela Comissão Europeia, visa, assim, “valorizar a agricultura e a floresta, enquanto atividades que evoluem para assegurar estabilidade” e destacando “a sua importância singular”.

As associações e confederações envolvidas no projeto B-RURAL representam cerca de 40 mil agentes e mais de mil milhões de euros de produtos ou serviços comercializados.

Entre as entidades que participaram na campanha “A agricultura evoluiu, só você é que não viu” estão:

  • ALPORC - Agrupamento dos Lavradores Criadores de Porco Alentejano
  • ANPC - Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade
  • ANPOC - Associação Nacional de Produtores de Cereais
  • ANPROMIS - Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo
  • ANSEME – Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes
  • CAP – Agricultores de Portugal
  • CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal
  • CROP LIFE Portugal - Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas
  • FNOP - Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas
  • OLIVUM - Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, PORTUGAL FRESH – Frutas Legumes Flores
  • PORTUGAL NUTS - Associação de Promoção de Frutos Secos
  • UNAC - União das Organizações de Agricultores para o Desenvolvimento da Charneca.
Frutas e hortícolas
Apesar da influência de “fatores externos cada vez mais incertos e difíceis de prever”, a agricultura e a floresta “têm evoluído, assegurando estabilidade ao nível da coesão territorial e do abastecimento de alimentos e matérias-primas”, refere a CONSULAI.

Videocast “TO B OR NOT TO B-RURAL”

No último ano de projeto, o B-RURAL trabalhou na produção do videocast “TO B OR NOT TO B-RURAL”, em seis episódios, nos quais participaram especialistas de diversas áreas.

O projeto B-RURAL desafiou estudantes das áreas da gestão, engenharia, economia, tecnologias da informação, direito, arquitetura, relações internacionais, entre outras.

Outra das iniciativas foi a formalização de seis protocolos com associações de estudantes do ensino superior, para o que foram feitas reuniões com universidades de norte a sul do país.

No âmbito da relação com os mais jovens, o projeto B-RURAL incluiu ainda um desafio universitário multidisciplinar, no qual participaram estudantes das áreas da gestão, engenharia, economia, tecnologias da informação, direito, arquitetura, relações internacionais, comunicação, marketing, entre outras. Ou seja, foram envolvidos jovens sem ligação às áreas agrícola ou florestal.

O plano de atividades do B-RURAL assenta em diferentes pilares: auscultar stakeholders externos e setoriais, capacitar a comunicação do setor com informação relevante e atualizada e promover o mundo rural com a aposta em campanhas de comunicação.

Numa outra vertente, o projeto quer aproximar a comunidade universitária ao mundo rural e informar e envolver a sociedade, através da colaboração com jornalistas e líderes de opinião, “reforçando o papel do agricultor enquanto fonte de informação fidedigna e essencial”.