79 anos da bomba de Hiroshima: o futuro da energia nuclear no planeta
A bomba nuclear foi um avanço científico que mudou o rumo da guerra e da Humanidade, mas que impactes poderá ter no futuro das gerações? Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!
O dia 6 de agosto marca o início do fim da 2.ª Guerra Mundial no cenário do Pacífico. A utilização de uma nova tecnologia, no contexto de guerra, e que acabou por provocar milhares de vítimas mortais, direta ou indiretamente, ironicamente pretendia diminuir o número de baixas entre as fileiras dos Aliados, que combatiam há mais de 2 anos o destemido adversário japonês.
A bomba atómica de Hiroxima foi a primeira de duas que foram empregues pelos Estados Unidos contra o Império do Japão, com o objetivo de porem fim à guerra num curto espaço de tempo. Estes dois projéteis, o de urânio (Hiroxima) e de plutónio (Nagasáqui) foram o resultado de vários anos de estudos e testes secretos, que decorreram no âmbito de um projeto de investigação científica, que ficou conhecido como o “Projeto Manhattan”.
Este avanço tecnológico acabou por deixar uma marca profunda nas duas cidades, que sofreram diretamente o impacto das bombas e testemunharam em primeira mão o que o homem pode fazer para se destruir mutuamente. Duas das maiores cidades do Japão ainda guardam nos dias de hoje lembranças daquele dia, com o objetivo de que as gerações futuras nunca esqueçam.
Os impactes em Hiroxima
O dia 6 de agosto parecia mais um dia normal, com a rotina de uma grande cidade a decorrer. O Japão, já desgastado por mais de uma dezena de anos de guerra, continuava a premir pelo fanático apoio ao regime que não dava sinais de acabar com a guerra. Meses antes, a rendição da Alemanha Nazi tinha fragilizado ainda mais a posição de um já isolado Japão, mas a rendição continuava a não ser opção.
Naquela manhã, o avião “Enola Gay”, um B-29 da Força Aérea Americana, largou uma bomba com mais de 60 kg de urânio batizada de “Little Boy” nos céus daquela importante cidade militar e industrial do Sul do Japão. Tendo detonado a mais de 500 metros acima da cidade, provocou uma explosão equivalente a 16 quilotons de TNT (ou 16 toneladas de dinamite). Hoje em dia, é considerada uma explosão pouco eficiente, já que só uma pequena parte do urânio reagiu, contudo, provocou a destruição total num raio de mais de 1,5 km, do ponto onde se deu a detonação.
Mais de 10 Km2 da cidade ficaram arrasados e o número total de vítimas mortais ainda é alvo de discussão. Estima-se que tenham morrido, de forma imediata e nos meses seguintes, mais de 150 000 pessoas em resultado de queimaduras, envenenamento radioativo do solo e das águas ou outras patologias agravadas pelo efeito da radiação.
O futuro energético e a energia nuclear
As bombas de Hiroxima e Nagasáqui foram as únicas alguma vez utilizadas contra alvos civis e militares, no decorrer de uma guerra. Desde então, que este avanço tecnológico tem servido para o desenvolvimento das redes de distribuição de energia, já que a construção de inúmeras centrais nucleares por todo o mundo tornou possível o acesso de milhões de pessoas à energia elétrica. O risco de acidentes é também significativo e prova disso foi o que sucedeu em 2011, na central nuclear de Fukushima.
Mesmo constatando o potencial destrutivo deste tipo de armamento, ao longo dos últimos 79 anos o mundo já teve muito perto de um apocalipse nuclear, com os países mais ricos a deterem inúmeras armas deste género, mas ainda mais avançadas e potentes. Apesar disto, é importante salientar que o nuclear, apesar de todo o risco associado, poderá ser uma alternativa aos combustíveis fósseis, extremamente poluentes, que estão a destruir o nosso planeta.
Passados todos estes anos, mesmo com as lembranças dos efeitos destas armas nos territórios, há ainda alguns agentes políticos que apostam numa retórica belicista. Contudo, a energia nuclear deve ser vista como pacificadora, como criadora de bem-estar e de desenvolvimento às populações, sob pena de não haver um futuro para as novas gerações.