2021 foi um ano quente e seco em Portugal Continental
O ano de 2021, em Portugal continental, classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um ano quente em relação à temperatura do ar e seco em relação à precipitação.
À semelhança de Portugal, o ano de 2021 também foi considerado um ano quente a nível do Globo.
Temperatura do ar
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, em Portugal continental, o valor médio anual da temperatura média do ar em 2021, 15.67 °C, foi superior em 0.41 °C ao valor normal 1971-2000.
Valores de temperatura média do ar superiores aos registados em 2021 ocorreram em cerca de 30% dos anos desde 1931. Considerando o período entre 1931 e 2021, dos 30 anos mais quentes, 21 ocorreram depois de 1990, tendo 14 anos desses 21 ocorrido desde 2000.
O valor médio da temperatura máxima do ar, 21.31 °C, foi o 12º mais alto desde 1931, com um desvio em relação ao valor normal de +0.81 °C. O valor médio da temperatura mínima do ar, 9.97 °C, foi muito próximo do valor normal, com um desvio de -0.05 °C.
Precipitação
Ainda de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, IPMA, no ano de 2021 o valor médio de precipitação total anual, 684.6 mm, foi inferior ao normal, correspondendo a 78% do valor normal.
Valores de precipitação inferiores aos registados em 2021 ocorreram em cerca de 20% dos anos desde 1931.
Ao longo de 2021, apenas os meses de fevereiro e setembro registaram valores de precipitação superiores ao normal. As maiores anomalias negativas, -90 mm e -50 mm, registaram-se respetivamente nos meses de novembro e dezembro.
Eventos relevantes em 2021 em Portugal Continental
No início do ano, dia 9 de janeiro, ocorreu queda de neve em algumas regiões do interior em cotas muito baixas, da ordem de 250/300 m, em especial no Alentejo. Ainda no mês de janeiro, dias 21 e 22, a Depressão “Hortense” causou precipitação intensa, fortes rajadas de vento, superiores a 100 km/h nas regiões do Norte e Centro, em especial nas terras altas, chegando a registar-se 124 km/h.
No período de 1 a 19 de janeiro tivemos tempo muito frio em todo o território e, foram registados em algumas estações, novos extremos de temperatura mínima abaixo dos 0 ºC.
Do frio, neve e chuva de janeiro 2021 às anomalias térmicas dos meses seguintes
No entanto, fevereiro foi o 5º mais quente desde 1931, tendo sido um mês com valores de precipitação acima do normal. O tempo quente continuou em março, registando-se em alguns dias valores diários de temperatura máxima do ar muito altos, com desvios superiores a 6 °C em relação ao normal.
A Depressão “Lola” afetou o continente no período de 23 a 28 de abril, causando precipitação intensa, localmente forte, por vezes acompanhada de granizo e trovoadas. Também nos meses de junho e setembro tivemos forte instabilidade a atingir o continente com ocorrência de precipitação forte acompanhada de granizo, trovoada e rajadas de vento fortes.
Em maio registaram-se temperaturas abaixo do normal e foram ultrapassados os menores valores de temperatura mínima do ar em algumas estações meteorológicas. De assinalar o tempo quente que se fez sentir em agosto, outubro e dezembro. Em cada um destes meses foi registada uma onda de calor.
Seca meteorológica a agravar-se em 2022
Em relação à seca meteorológica, é de referir que o ano terminou com 94% do território em situação de seca meteorológica (58% seca fraca, 27% seca moderada e 9% em seca severa).